Metaverso: entenda o que é e como isso impacta o marketing digital

AUTOR

yuriarea51

PUBLICADO EM

10 de março de 2022

Nas últimas semanas, uma palavra tomou conta da internet: metaverso. Quem colocou o termo nas conversas das redes sociais foi Mark Zuckerberg, ao anunciar as novidades do Facebook em um evento da marca.

O metaverso é aquilo que o Facebook pretende ser nos próximos anos. Aliás, a empresa mudou seu nome e agora se chama Meta, para marcar a mudança que Zuckerberg quer ver não apenas na sua empresa, mas no mundo todo.

Mas o que significa o metaverso? Será que essa transformação faz sentido? E o que o marketing digital tem a ver com tudo isso? Vamos analisar melhor essas questões agora!

O que é metaverso?

O metaverso é um tipo de universo virtual que cria uma nova realidade por meio de dispositivos digitais e tecnologias como realidade virtual, realidade aumentada, inteligência artificial e a internet. Trata-se de um futuro digital imersivo.

No vídeo abaixo, você pode ver o que Mark Zuckerberg, fundador do Facebook, entende que seja o metaverso:

Embora tenha ganhado os holofotes com a apresentação de Mark Zuckerberg, ao anunciar as novidades do Facebook, esse conceito já existe há mais tempo. Porém, a ideia está em construção e, por isso, ainda é um pouco abstrata. Mas vamos tentar desvendá-lo agora.

Talvez o melhor paralelo para entender o metaverso seja o universo dos games. Lá você pode criar avatares, interagir com outros jogadores e criar uma realidade virtual paralela. Porém, aqui ainda estamos no contexto do entretenimento.

O metaverso, por outro lado, não se limita ao entretenimento: a ideia é abranger todos os aspectos da vida em uma nova realidade virtual. Na internet, já realizamos todo tipo de atividade, como trabalhar, namorar, assistir a aulas, pagar contas no banco e fazer compras.

Mas, no metaverso, as pessoas vão realizar essas atividades e interagir com a realidade virtual ativamente, como se estivessem presencialmente lá. Inicialmente, essa interação pode se dar por meio de óculos de realidade virtual, que ainda precisam evoluir e se popularizar para serem usados socialmente, mas outras tecnologias também são possíveis.

Essa é a visão de futuro que o Facebook — ou melhor, a Meta — quer construir nos próximos anos e para a qual quer convidar todos os usuários a participar.

Já vivemos no metaverso?

Metaverso parece ser um assunto futurístico. Zuckerberg fala desse novo universo como uma projeção para os próximos 10 anos do Facebook, que pretende capitanear essa mudança. Porém, muita gente acredita que o metaverso já está por aqui.

Shaan Puri, investidor e empreendedor digital, defende uma ideia diferente de metaverso para dizer que já estamos vivendo essa transformação há muito tempo. Ele sugere que o metaverso não seja um lugar em que vamos estar, mas um tempo — ou melhor, um momento no tempo em que a nossa vida digital vale mais que a nossa vida física.

Segundo o empreendedor, essa mudança não acontece da noite para o dia, nem é invenção de uma pessoa. Já vivemos essa transformação há pelo menos 20 anos, desde que a internet passou a permear nossas vidas.

Quando o WhatsApp sai do ar, já percebemos como a nossa vida digital coordena a nossa existência. Mas, por enquanto, estamos falando apenas de uma ferramenta, que podemos substituir por uma ligação ou um contato pessoal (mas todo mundo percebe a dificuldade que é essa substituição…).

No metaverso, porém, vamos viver nessa realidade virtual. Separar o que é online e offline vai se tornar mais complexo ainda, por isso as ferramentas não vão ser substituíveis.

Shaan Puri lembra que todas as partes importantes da nossa vida estão se tornando digitais e levando nossa atenção e energia para essa realidade virtual:

  • O trabalho está saindo do escritório e indo para as reuniões virtuais;
  • As brincadeiras estão deixando as ruas e indo para os videogames;
  • As conversas entre vizinhos estão acontecendo nas redes sociais;
  • As transações em dinheiro estão sendo feitas em criptomoedas.

Assim, nos próximos anos, vamos cruzar a linha para o metaverso.

Críticas à Meta de Mark Zuckerberg

O fundador do Facebook balançou a internet ao anunciar a intenção de investir milhões de dólares em um metaverso. De acordo com Zuckerberg, o metaverso vai ser um lugar para socializar, aprender, colaborar e brincar em 3D — algo que vai além do que podemos imaginar.

Seu anúncio impactante, porém, não foi imune a críticas. Muitos especialistas analisaram a mudança de marca do Facebook para Meta como uma forma de tirar o foco do Facebook Files, uma investigação do Wall Street Journal em documentos internos da organização que revelou informações delicadas sobre as suas práticas.

Mas as polêmicas com a rede social não são novas — lembre o caso Cambridge Analytica, por exemplo. Há alguns anos, o Facebook já está envolvido em situações e sofre diversas críticas sobre a sua postura em relação a desinformação, política e eleições, combate ao racismo, entre outros temas.

Portanto, as críticas em relação ao metaverso questionam: como falar de um novo universo virtual para os próximos anos, se Mark Zuckerberg ainda não deu as respostas sobre o que fez nos últimos anos no universo em que vivemos? É isso que questiona Beatriz Guaresi, criadora da newsletter Bits to Brands.

Além disso, há uma crítica também ao pretenso pioneirismo da Meta em relação ao metaverso. Em 2017, Artur Sychov já havia criado o Somnium Space, que já conta com mais de 1.000 usuários diários interagindo em um metaverso particular. Decentraland, também lançado em 2017, é outra plataforma de metaverso que já tem 7.000 usuários.

Portanto, o Facebook parece estar se inserindo em um movimento que já tem muitos outros atores. Porém, a Meta quer o protagonismo. E isso realmente pode acontecer, dado o poder que os negócios de Mark Zuckerberg alcançaram nos últimos anos.

O que o metaverso tem a ver com o marketing digital?

O marketing acompanha as transformações da sociedade. Toda mudança de comportamento social determina as estratégias que as empresas devem adotar para se conectar com os consumidores.

Nas últimas décadas, a internet passou a permear as nossas vidas e faz surgir uma nova era em que a tecnologia está no centro das nossas vidas: a era digital. O marketing digital, então, passou a ser usado para se comunicar com os consumidores em redes sociais, emails, blogs etc., com uma nova abordagem de comunicação, muito mais horizontal e interativa.

Imagine, então, que a fronteira entre online e offline se torne cada vez mais sutil até que desapareça. No momento em que a nossa vida digital se tornar mais importante que a presencial, o marketing vai estar diante de uma mudança à qual também precisa se adaptar.

No metaverso, as empresas vão ser desafiadas a fazer marketing em novos canais, com novas tecnologias e equipamentos e novas abordagens de comunicação com os consumidores. Não vai mais fazer sentido se falar em “marketing digital”, porque tudo vai ser digital.

Marcas imersivas

Se hoje as marcas precisam ser interativas nas redes sociais, o metaverso vai exigir que as marcas sejam imersivas. Na prática, isso pode se desdobrar de diferentes formas que ainda precisam ser exploradas.

Um exemplo nesse caminho é a criação de brand personas, em um movimento iniciado pela Lu do Magalu. O Baianinho (das Casas Bahia), a Nat (da Natura) e a Rennata (da Renner) são outros casos.

A Rennata, aliás, já deu entrevista para a revista Harper’s Bazaar, como se fosse uma pessoa normal… Já a Sabrina Sato lançou uma persona digital, a Satiko, uma influenciadora digital que só existe virtualmente.

No metaverso, pode ser que a gente possa interagir com essas personas de marcas e com influenciadores que só existem lá. Para as marcas, é a oportunidade de interagir com os consumidores de uma forma ainda inusitada.

NFTs e metaverso

As marcas também precisam estar atentas a outra tendência digital: os NFTs. Non-Fungible Tokens são registros de ativos não-fungíveis, ou seja, que têm valor único e não podem ser substituídos. Essa tecnologia vem sendo usada no comércio de obras de arte, objetos raros e itens colecionáveis, que existem apenas digitalmente e são vendidos em moedas virtuais.

Nesse processo de digitalização, NFTs podem ser a porta de entrada das marcas para o metaverso. Essa nova forma de registro e transação também pode representar uma nova maneira de vender e de se relacionar com os consumidores nessa realidade imersiva.

A Gucci, por exemplo, já vendeu bolsas e acessórios digitais da marca na plataforma de jogos Roblox. Os itens foram oferecidos por U$ 1,20 a U$ 9 na plataforma, dentro do espaço Gucci Garden. Já a Coca-Cola vendeu produtos (coolers, jaquetas etc.) como NFTs na plataforma Decenterland. Ou seja, novas formas de interação já estão se apresentando no metaverso.

Muitas marcas, porém, sequer entraram na era digital e ainda utilizam as práticas tradicionais de marketing, geralmente invasivas e inoportunas. Não oferecem um canal de contato, não respondem os consumidores nas redes sociais, não vendem pela internet… Muitas delas ainda não conseguiram ser interativas — mais difícil, então, é serem imersivas.

Portanto, perceba como essa mudança deve ser desafiadora, especialmente para pequenos negócios. A aquisição de tecnologias e equipamentos é um entrave, mas mais ainda é a mudança de postura das empresas para adotar novas abordagens de marketing e explorar as novas oportunidades do metaverso.

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