Instagram vai virar Tiktok? Entenda as mudanças da rede social

AUTOR

yuriarea51

PUBLICADO EM

26 de setembro de 2022

O Instagram apenas como uma rede social de fotos já não existe há muito tempo. Desde que foi lançada em 2010, a plataforma já passou por muitas mudanças, inclusive com formatos apropriados de outras redes sociais. Por isso, muita gente se pergunta hoje: o Instagram vai virar TikTok?

Afinal, em 2020, quando o TikTok viralizou com vídeos curtos, dinâmicos e divertidos, Mark Zuckerberg ficou de olho no sucesso da plataforma e criou um formato muito parecido para o Instagram (para não dizer igual…): o Reels.

Esse foi apenas um dos movimentos da rede social com foco nos vídeos, em detrimento das fotos, que foram responsáveis pelo sucesso inicial do Instagram. O problema é que as mudanças da rede social vêm desagradando muitos usuários, até mesmo celebridades…

Mas, afinal, a “tiktokização” do Instagram é uma realidade? Para onde a rede social está indo? Neste artigo, vamos analisar melhor essas mudanças e o que esperar dos próximos passos do Instagram. Siga conosco para entender tudo!

Quais foram as principais mudanças do Instagram nos últimos anos?

Para entender como o Instagram chegou até aqui, vamos analisar as principais mudanças da plataforma. Criado em outubro de 2010, o Instagram nasceu como um aplicativo de compartilhamento de fotos, com filtros que transformavam qualquer foto em uma imagem de encher os olhos.

Já no primeiro dia de lançamento, o Instagram atraiu 25 mil usuários. Em apenas 2 meses, a rede social já tinha 1 milhão de usuários cadastrados!

Compra pelo Facebook

É claro que o sucesso do Instagram fez a principal plataforma concorrente abrir os olhos. Mark Zuckerberg, criador do Facebook, fez uma proposta pela rede social e levou. Em abril do 2012, o Facebook anunciou que havia comprado o Instagram.

A partir daí, o aplicativo ganhou mais e mais recursos para atrair marcas e influenciadores e torná-lo um negócio rentável.

Vídeos no Feed

Em junho de 2013, o Instagram adicionou um recurso que se tornou determinante para as mudanças que vemos agora. O Feed do Instagram passou a incluir vídeos, não mais apenas fotos. Inicia-se, assim, um movimento da rede social em direção aos vídeos, que hoje predominam na plataforma.

Instagram Direct

O Instagram Direct é outra mudança importante. Hoje pode parecer banal trocar mensagens instantâneas com outros usuários. Mas, em 2013, quando a funcionalidade de mensagens diretas do Instagram foi lançada, ainda estávamos começando a usar esse tipo de recurso. Assim, muitas interações migraram do Feed e dos comentários para as mensagens privadas.

Novo algoritmo

Em 2016, aconteceu uma das atualizações do Instagram mais controversas: a rede social introduziu um novo algoritmo que decidia os posts mais relevantes do Feed para os usuários. Não era mais em ordem cronológica — a decisão do que os usuários veriam passou a ser do algoritmo, assim como já acontecia no Facebook.

Mark Zuckerberg justificou a mudança dizendo que pretendia melhorar a experiência na plataforma. Mas até hoje muita gente fica insatisfeita com a filtragem do algoritmo, principalmente as marcas, que perdem muita visibilidade.

Stories

Os Stories, formato lançado em agosto de 2016, marcam o primeiro movimento do Instagram em trazer para a sua plataforma recursos de outras redes sociais que fazem sucesso.

Nesse caso, o Instagram replicou o que o Snapchat popularizou: posts que duravam apenas 24h, em formato vertical na tela, com stickers e possibilidades criativas de edição e interação. Assim, o Instagram criou mais uma seção no seu aplicativo, independente das publicações do feed.

Instagram Shop

O Instagram também entrou no universo do social commerce. Em 2020, a rede social lançou uma nova aba no aplicativo para reunir produtos de marcas e criadores de conteúdo que os usuários seguem. As lojas podem marcar seus produtos nas publicações e incluir links que levam para a página de venda no e-commerce.

Reels

Também em 2020, o Instagram fez outro movimento de seguir o que a concorrência estava fazendo. Naquele ano, a rede social lançou o Reels, que seguia o formato de vídeos curtos e dinâmicos do TikTok.

Dessa forma, o Instagram criou mais uma seção no seu aplicativo, além do Feed, dos Stories, do Direct e do Shop, que operam de forma integrada, mas são independentes uma da outra.

Por que se fala na “tiktokização” do Instagram?

Se você abrir o Instagram hoje, vai perceber como a plataforma está tomada pelos vídeos. Aquela rede social especializada em fotos com filtros abraçou os vídeos, que hoje ganha prioridade do algoritmo no Feed, nos Stories e, é claro, no Reels.

Essa mudança dos conteúdos para os vídeos é apenas o começo da “tiktokização” e da ideia de que o Instagram vai virar TikTok. Esse movimento ganhou impulso mesmo com a criação do Reels, o formato de vídeos curtos, com diversas possibilidades de edição e co-criação, com desafios e dancinhas que viralizam e outros diversos recursos que conquistaram os usuários.

Porém, essas ideias não são originais do Instagram — elas apenas foram replicadas do TikTok, que se tornou um fenômeno da internet, principalmente no contexto da pandemia de coronavírus. Usado principalmente por jovens e adolescentes, o TikTok conseguiu emplacar um formato inovador de vídeo, que lançou uma nova linguagem para as redes sociais.

Além de criar o Reels, o Instagram também passou a fazer testes de posts de tela inteira no Feed (tanto imagens quanto vídeos). Mas esses movimentos começaram a incomodar os usuários, que não querem o TikTok dentro do Instagram — eles querem apenas o Instagram que tanto gostavam.

A grande questão é que o Instagram não é o TikTok. Os públicos são diferentes, os hábitos são diferentes, os algoritmos são diferentes, as linguagens são diferentes. Enquanto o TikTok conquistou os usuários com seus vídeos, o Instagram parece querer empurrar esse formato a todo custo.

“Make Instagram Instagram Again”

A insatisfação dos usuários com o Instagram culminou na campanha “Make Instagram Instagram Again”, slogan que pode ser traduzido como “Faça o Instagram ser o Instagram de novo”.

Esse é o post original que iniciou a campanha, em 22 de julho de 2022. O perfil @illumitati lançou uma petição para trazer de volta o velho Instagram, com frases de efeito como:

TRAGAM O FEED CRONOLÓGICO DE VOLTA!

PAREM DE TENTAR SER O TIKTOK!

UM ALGORITMO QUE FAVOREÇA FOTOS!

UMA PLATAFORMA QUE ESCUTE OS CRIADORES!

Mas o que poderia ser apenas uma manifestação isolada ganhou enorme repercussão quando Kylie Jenner e Kim Kardashian compartilharam o post. Nesse momento, a equipe do Instagram percebeu que precisava dar satisfações…

A resposta do Instagram

Poucas horas depois da viralização da campanha, o Instagram se manifestou. Adam Mosseri, diretor do Instagram, publicou um vídeo com as explicações da plataforma.

Adam Mosseri explicou sobre três questões importantes que incomodavam os usuários:

  • A experiência de tela inteira no Feed era apenas um teste na plataforma e deve ser aprimorada diante das reclamações;
  • O Instagram vai seguir priorizando vídeos, por entender que é uma demanda dos usuários, mas vai continuar suportando fotos;
  • As recomendações de posts para os usuários têm a intenção de apresentar conteúdos novos e interessantes aos usuários, mas não estão sendo efetivas e também devem ser aprimoradas.

Por fim, Adam Mosseri reforçou o comprometimento do Instagram com os criadores de conteúdo, com a publicação de fotos, a priorização de posts de amigos, mas também com a constante evolução da plataforma.

Afinal, o Instagram vai virar TikTok ou o quê?

Na prática, o que Adam Mosseri disse foi: o Instagram não vai voltar a ser o Instagram do qual as pessoas sentem saudades. O Instagram do Feed, das fotos e dos filtros ainda existe, mas não é o foco — não há dúvidas de que a rede social quer priorizar os vídeos.

A plataforma se adaptou nos últimos anos às mudanças de hábitos, linguagens e tecnologias para ser cada vez mais relevante para os usuários. E não pretende voltar atrás.

Essas mudanças, porém, podem não ter surtido o efeito que o Instagram gostaria, já que há tanta insatisfação atualmente. Embora o Instagram afirme que apenas se adaptou às mudanças, podemos questionar se o movimento não foi contrário: foi o Instagram que tentou trazer novos formatos e linguagens para a plataforma. Só que nem todo mundo gostou.

Se o Instagram vai virar TikTok nos próximos meses ou anos, não sabemos. Mas Adam Mosseri se comprometeu a trabalhar para melhorar a experiência dos usuários na plataforma. Embora isso não signifique voltar às origens da rede social, ao menos é um indicativo de que os usuários estão sendo ouvidos.

Provavelmente o maior desafio do Instagram seja voltar a ter uma linguagem própria. A rede social nasceu inovadora e surpreendente, mas se tornou apenas uma “cópia” de determinadas funcionalidades que deram certo em outras plataformas.

Na internet atual, as pessoas querem ver originalidade e autenticidade. Não é isso que o Instagram está entregando.

Agora, se você trabalha com marketing digital, é importante ficar de olho nos próximos movimentos das redes sociais e novas oportunidades que podem surgir. Embora o Instagram ainda seja um gigante da internet, o mercado é dinâmico e, a qualquer momento, pode trazer novos players para competir.